Sindicato insiste no direito à revisão do abono COVID

Nesta segunda-feira (4), o presidente Edson Paixão reuniu-se com a Secretária de Saúde para apresentar as diversas reclamações que se avolumam entre os profissionais da saúde, especialmente aqueles que estão na “linha de frente”.

Apesar de não ter se reunido com o sindicato nos últimos 40 dias, devido as inúmeras atividades de coordenação dos esforços contra a pandemia, a Secretária dialogou sobre alguns problemas recorrentes apresentados.

EPIs

Desde o começo da pandemia o Sindicato tem insistido publicamente para que o governo assuma a responsabilidade de fornecer EPIs de qualidade para os servidores, com atenção especial para os profissionais da saúde. São inúmeras as reclamações de servidores.

Reforçamos o pedido e verificamos, junto com a Secretária, o estoque de EPIs existente na secretaria. A secretária explicou sobre os testes de qualidade e reclamou sobre má utilização dos EPIs por parte de alguns profissionais com pouco treinamento. O Sindicato pugnou pelo óbvio: treinamento até solucionar os problemas relativos ao uso de EPIs. Segundo assessores que acompanharam a reunião, já foram verificadas situações em que os profissionais utilizam duas máscaras ‘para reforçar’ e EPIs do setor COVID sendo utilizados fora do ambiente específico.

As dificuldades decorrentes da administração de materiais e da falta de treinamento constante não podem, entretanto, ser colocadas nas costas dos servidores. As gerências e supervisões que organizem oficinas curtas nos seus plantões, inclusive noturnos, para conversar sobre as adequadas formas de utilização dos EPIs.

Vale ressaltar que o SESMET (Serviço Especializado de Segurança, Medicina e Engenharia do Trabalho) tem acompanhado todo o procedimento de compras e atestado pela qualidade do material.

Testes COVID19

Outra reivindicação foi a realização de testes COVID19 para todos os servidores, não de maneira restrita como estava sendo feito. Reportamos dezenas de reclamações de servidores do próprio Hospital que não conseguiram ter acesso ao exame e que foram colocados, por recomendação médica, em isolamento social por suspeita de contágio, sem a realização do exame ou da coleta de secreção.

A Secretária explicou que o exame não detecta a presença do vírus no organismo, apenas a presença de anticorpos específicos para combater o vírus. Logo, se a pessoa estiver infectada nos primeiros dias, o organismo ainda não terá reagido e produzido os anticorpos em quantidade detectável. Para que o exame tenha um resultado confiável, é preciso que o paciente esteja entre o 7º e 10º dia de contágio.

Diante dos reclames do Sindicato, a Secretária concordou em ampliar a realização dos testes para todos aqueles que estejam apresentando sintomas. Quem enfrentar qualquer dificuldade pode procurar o Sindicato ou diretamente a Enfermeira Kátia

Apoio psicológico

O Sindicato requereu a formação de uma equipe de atendimento terapêutico para cuidar da saúde mental dos servidores que estão submetidos a elevadas doses de medo, ansiedade e frustração no combate prolongado a este vírus.

A Secretária disponibilizou uma equipe especializada de psicólogos e psicólogas da rede municipal de saúde para atendimento aos servidores. Essa equipe está atendendo na UBS Central desde o meio de abril.

Abono COVID-19

O tema mais quente era a discussão de critérios para a concessão do abono COVID-19. Na reunião foram relatados diversos exemplo de injustiças praticadas pelos critérios adotados pelo governo na elaboração da lista de habilitados para receber o abono. O problema central é a adoção do critério frequência para conceder o abono, sendo que isso nem estava previsto em Lei. A secretária se dispôs a ajudar a corrigir a situação, mas ressaltou que é preciso ajustar com a Secretaria de Administração e a Secretaria da Fazenda (que tem sido bem pouco solidária aos trabalhadores, diga-se de passagem!) e, dependendo do caso, até com a Câmara de Vereadores.

Vale ressaltar que, no mesmo dia da reunião, já corria no Hospital Municipal um abaixo assinado organizado pelos próprios servidores que se sentiram indignados com a situação. O abaixo assinado foi anexado ao ofício que requer a revisão dos critérios para a concessão do benefício (pág.1) (pág.2).