Reunião da mesa de negociação ainda tem impasse

Nesta sexta feira (11), reuniu-se a Comissão Permanente de Negociação com o objetivo de resolver o impasse que se estabeleceu sobre as reivindicações dos servidores públicos expressas na pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2021/2022 (leia a pauta na íntegra).

A reunião iniciou bastante tensionada, com os representantes do governo apresentando números e tabelas (extraídos do Portal Transparência), que buscavam demonstrar as dificuldades financeiras da Cidade.

O SindServSV e o Sintramem reagiram mostrando o crescimento sustentado de receita e questionando o aumento de gasto com pessoal durante o ano de 2021, quando a despesa deveria estar congelada por força da Lei nº 173.

O SindServSV lembrou o pagamento da dívida de diversos fornecedores, em detrimento das pendências com os trabalhadores, e também reafirmou a prerrogativa legal que as dívidas de natureza trabalhistas possuem, reivindicando prioridade para os servidores.

Os representantes do governo (o prefeito não participou da reunião) insistiram com a narrativa da dificuldade financeira e de que existem múltiplas prioridades. Mais uma vez o Sindicato se insurgiu contra o não atendimento das reivindicações, elencando os pontos centrais da pauta e a perda no poder de compra dos servidores.

Diante do impasse na área técnica, o Sindicato ressaltou o desgaste político que o governo pode ter ao não atender as justas demandas dos servidores. E pediu para que os representantes do governo se lembrassem que, para fazer a máquina andar, sacrifícios precisam ser feitos, assim como os servidores fazem sacrifícios cotidianos.

Os representantes do governo reforçaram que existe a intenção de apresentar proposta diferente de 0%, mas que veem dificuldade em conceder a diferença inflacionária. Como o Sr. Prefeito não estava presente para tomar decisões, sua equipe ficou de consultá-lo sobre os sacrifícios possíveis.

Momento delicado

A “queda de braço” na mesa de negociação continuará na semana que vem, quando esperamos que o Sr. Prefeito, compreendendo o impasse político, se posicione ao lado da categoria, como prometeu durante a campanha.

Vale lembrar que estamos lidando com mais de 8 mil trabalhadores e trabalhadoras, pais e mães de família que se dedicam pela Cidade e são cruciais ao funcionamento da máquina pública. Nesse sentido, assim como os fornecedores que, durante o mês de janeiro, receberam mais de 24 milhões de reais, quitar as dívidas com os servidores e servidoras vem ao encontro do interesse público primário do município de São Vicente.

“Sabemos de nossa responsabilidade como dirigentes sindicais”, diz Roberto Ciccarelli, presidente do Sintramem-SV. “Os sindicatos têm atuado com responsabilidade e, principalmente, com sensibilidade às dores dos seus representados. Nossa atuação corresponde às decisões de assembleias e outros fóruns de decisão estabelecidos pelos nossos estatutos. A categoria precisa fortalecer essa direção, construída coletivamente”.

Só venceremos com unidade

Para o presidente do SindServSV, Edson Paixão, “é preciso ter cautela com movimentos paralelos, pois não é momento de mostrar divisão. Ainda que a intenção não seja essa, algumas abordagens desajeitadas evidenciam disputas fora de hora e contexto”.

Para o secretário geral do SindServSV, Marcelo Arias, também membro da Comissão de Negociação, “sindicato é um conjunto harmônico de trabalhadores, composto por base e direção. Esse conjunto se afina nas reuniões de diretoria e nas assembleias, por isso é de vital importância a filiação sindical e a participação nesses momentos.”, concluiu.