Movimento Basta: unidade na luta contra a PEC 32 e desgoverno

Na live do Sindest desta terça-feira (29/06), sindicatos de servidores municipais de Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá debateram a organização do Movimento Basta contra a PEC 32 e o governo Bolsonaro. “É muito importante esse momento de reflexão sobre o que fizemos até agora contra as medidas desse governo, que segue o mesmo princípio: acabar com os servidores e destruir os serviços públicos”, afirmou Mara Valéria Giangiulio, dirigente do SindServSV e coordenadora do Basta na Região.

A dirigente lamenta o fato de ainda não terem conseguido esclarecer o conjunto da população sobre os riscos que a PEC 32 representa. “Porque a estabilidade e o serviço público são importantes. Na verdade, precisamos botar o dedo na ferida: o problema do serviço público é a falta de investimentos governamentais, não os servidores”. Apesar disso, Mara Valéria e o presidente Edson Paixão atestam que o enfrentamento à contrarreforma administrativa (PEC 32) tem crescido e obtido um saldo positivo.

“Acredito que, de uma forma geral, o Movimento Basta necessita de um amadurecimento maior, que virá com o nosso trabalho, corrigindo os erros no caminho, trocando os pneus com o carro andando”, diz Edson, reconhecendo que “o munícipe não tem noção do prejuízo da PEC 32, que visa extinguir os servidores, não sabe que sem servidores não há educação, saúde ou segurança pública”.

Valéria, que também atua junto à Federação, exaltou a ampla unidade que se formou (pela primeira vez) entre todas as federações e demais entidades sindicais representativas das categorias dos setores públicos, em especial da Polícia Civil. “Nunca vi tanto sindicato indo para as base e para a rua dialogar com os trabalhadores, também por meio das redes sociais, fazendo lives“, ressaltou.

Para a coordenadora do Basta na Região, essas ações são importantes para “desmistificar a ideia de que medidas como essa PEC são para melhorar a vida das pessoas, denunciando que esse governo fascista aposta no quanto pior melhor”. Neste contexto, o presidente do SindServSV realçou a necessidade de dar maior atenção à comunicação. “A mídia eletrônica hoje é muito forte. Temos que usar mais as redes sociais, ampliando nossa presença e ajudar os Sindicatos que têm dificuldade nessa área”, orientou.

Neste sábado (03/07), a partir das 16h, os sindicatos estarão no ato contra o governo Bolsonaro, na ‘Estação da Cidadania’ (esquina das avenidas Ana Costa e Francisco Glicério), seguida de passeata em direção à Praça da Independência.

“A situação está séria para o lado de Bolsonaro por causa da CPI da Covid, já que ele tem mais coisas para se defender do que ficar pensando na PEC 32. Eu diria a ele: retira essa pec e presta atenção que a qualquer momento você pode sair preso da Presidência”, cutucou Mara Valéria.

O presidente Edson Paixão foi enfático ao dizer que o presidente da República é um bandido, preferiu matar mais 500 mil pessoas, ao invés de comprar vacinas mais cedo”, e concluiu: “Basta PEC 32! Basta genocida!”

Unidade em Praia Grande

Nesta quinta-feira (01/07), o SindServSV, junto com os sindicatos dos servidores de Santos, Guarujá e Cubatão estiveram em Praia Grande, para se somarem ao sindicato local diante da Prefeitura, pressionando a prefeita Raquel Chini (PSDB) a cumprir o acordo coletivo firmado pelo ex-prefeito Mourão em 2020 (antes do segundo turno eleitoral). Outras categorias também estiveram presentes: químicos, rodoviários, Sintrasaúde, eletricitários, trabalhadores da construção civil e dos correios.

Desde às 9h, centenas de servidores públicos municipais se reuniram para exigir reposição salarial, em manifestações transmitidas pelas redes sociais do sindicato da categoria, enfrentando a intransigência da prefeita, que se recusa a dialogar com a categoria, que vai perdendo a paciência e levanta a possibilidade de paralisação.

Punhalada

No dia anterior (30/06), o SindServSV participou de manifestação em apoio ao Sindicato dos Servidores Públicos da Prefeitura da Estância Balneária de Praia Grande, que lutava pela aprovação de três projetos apresentados por Whelliton Augusto Silva (PL) que beneficiariam a categoria. Apesar da pressão com apoio de outros sindicatos da Região, as propostas foram rejeitadas pelos vereadores.

“Chega de desmando e chega de falta de respeito com a categoria que tá trabalhando faça chuva ou faça sol nesta pandemia e o que vocês fizeram? Deram uma punhalada nas costas do servidor público. Chega, a gente não aguenta mais sermos usados para palanque político, sendo usado como palanque político, então acabou, não tem conversa, ‘é pau’, nós vamos para a guerra. É greve. Se vocês nunca passaram por isso, vão passar hoje”, afirmou o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Praia Grande, Adriano Roberto Lopes da Silva ‘Pixoxó’.