Maioria dos deputados que votaram pela Reforma não se reelegeu

BRASÍLIA, DF - 17.07.2017: CONGRESSO-DIA - Na véspera do início das "férias" parlamentares, apenas 16 dos 513 deputados foram à Câmara nesta segunda-feira (17). A baixa presença impediu a realização da sessão plenária. Nela, seria feita a leitura do parecer da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que recomenda a rejeição da denúncia contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), por corrupção passiva. A leitura é o primeiro passo para que plenário comece a discutir se autoriza ou não o prosseguimento da denúncia. É preciso que a sessão tenha pelo menos 51 parlamentares presentes. No Senado, nenhum dos 81 apareceu. Era preciso que houvesse ao menos três presentes para abrir a sessão. O Congresso entra em recesso de duas semanas a partir desta terça (18). (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

Dos 23 parlamentares que deliberaram a favor da proposta, apenas cinco continuarão no Congresso

Mesmo tendo ficado à margem nas discussões eleitorais do primeiro turno, o fracasso da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados reverberou nas urnas. Dos 23 parlamentares que votaram a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que modifica as regras para concessão de aposentadoria e pensão na Comissão Especial da reforma, apenas cinco continuarão no Congresso pelos próximos quatro anos. Já dos 14 que votaram contra, 10 conseguiram se reeleger.

Durante a tramitação da PEC, era recorrente o alerta dos opositores da reforma sobre o risco de derrota das urnas nas eleições deste ano. Muitos parlamentares favoráveis à reforma disseram na época que votariam contra a proposta pela proximidade com as eleições.

A aprovação da reforma da Previdência na Comissão Especial ainda em 3 de maio de 2017 por uma ampla margem – 23 a 14 votos – sinalizava o caminho aberto para a votação da PEC no plenário. Mas o vazamento de áudios de conversas entre o presidente Michel Temer e o dono da JBS, Joesley Batista, 14 dias depois, acabou sepultando as tentativas de votação do texto.

Passados 17 meses daquela votação na comissão, a maioria dos deputados que garantiram a vitória do governo não conseguiram vencer nas urnas. O relator da reforma, Arthur Maia (DEM-BA), é um dos poucos que receberam mais um mandato dos eleitores. Os outros reeleitos foram Bilac Pinto (DEM-MG), Magda Mofatto (PR-GO), Junior Marreca (Patriotas-MA) e Vinicius Carvalho (PRB-SP).

Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo e pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou que a lista dos derrotados nas urnas é extensa, formada por 14 deputados, incluindo um dos principais nomes da “tropa de choque” de Temer na Casa, Darcísio Perondi (MDB-RS). Outros cinco integrantes nem chegaram a concorrer nas eleições deste ano. Alexandre Baldy (PP-GO) e Carlos Marun (MDB-MS), porque ocupam, respectivamente, os Ministérios das Cidades e da Secretaria de Governo. Já Reinhold Stephanes (PSD-PR), Evandro Gussi (PV-SP) e Thiago Peixoto (PSD-GO) optaram por não disputar um novo mandato.

(Fonte: Correio do Povo)