Internet homenageia vítimas da Covid-19

Desde quinta-feira (30/04) está no ar o projeto Inumeráveis, um memorial na internet que produz breves registros sobre vítimas da Covid-19, com o apoio de uma rede de colaboradores voluntários que se dedicam a mostrar que as vidas perdidas não são apenas estatísticas, mas eram pessoas de ‘carne e osso’ com histórias, anseios, sonhos e trajetórias.

“A ideia do projeto é bem simples: transformar esses números da pandemia em histórias. Criando um memorial dedicado a história de cada uma das pessoas que faleceu ou que virá a falecer vítima do coronavírus no Brasil”, contou Edson Pavoni, idealizador do projeto, ao site Hypeness.

Funciona da seguinte forma: familiares e amigos da vítima respondem a um questionário online, que será direcionado a jornalistas voluntários. Com base nas informações, um dos jornalistas irá produzir um Texto Tributo para cada uma das vítimas. As histórias são publicadas na página.

O questionário deve ser preenchido com o nome do homenageado, data de nascimento, apelido, qual cidade nasceu e morava, profissão, além de boas histórias, curiosidades, virtudes e defeitos, entre outros detalhes. Essas informações serão transformadas em um pequeno texto por um jornalista. Mas o familiar ou pessoa próxima também pode optar por escrever uma história para o memorial.

“Ele foi concebido como uma obra, como um espaço, onde a memória dessas pessoas pudessem ficar gravadas. A gente foi se sentindo muito confrontado com essa coisa dos números. Você acorda e 150 pessoas morreram. no outro dia, 200 e tantas pessoas morreram. E esses números vão perdendo significado, vão perdendo sentido. A gente acaba ficando insensível pra eles”, ressalta.

O projeto busca dar um tratamento poético às histórias contadas como uma “uma celebração de cada vida que existiu e que existe, e de como podemos entrelaçá-las para construir memória, afeto, respeito e futuro”, conforme apresentação do projeto. Enfim, em um momento de escalada de mortes por Covid-19, se aproximando de 7 mil vítimas fatais, o desafio é combater a banalização e quebrar as tentativas de reduzir vidas a meros números.