É Greve! Carta ao servidor e à servidora

Caro(a) servidor(a), em respeito à decisão em Assembleia Geral, a zero hora desta quinta-feira (10/03) teremos o início da paralisação das atividades. A categoria aprovou a proposta do SindServSV para a deflagração da Greve, porque o Governo Kayo Amado não nos deixou alternativa. Um breve retrospecto dos fatos demonstra isso.

Zero porcento

Desde o final de 2020, o Sindicato participou de inúmeras reuniões na Comissão Permanente de Negociação referente à Campanha Salarial 2021 e, agora, 2022. Nosso objetivo era chegar, por meio do diálogo, a uma proposta de recomposição salarial à categoria, que vem sofrendo com a perda do poder de compra (corroída em 16% pela inflação nos últimos dois anos).

No entanto, em dezembro do ano passado, apresentou uma contraproposta que não mencionava qualquer índice de recomposição salarial. Ora, se não ofereceu reajuste, significava que era 0%… Não há narrativa que consiga negar esse fato. Tanto que, no dia 10 daquele mês, em assembleia, a categoria rejeitou tal absurdo da Administração.

Estado de Greve

Em 14 de janeiro deste ano, nova assembleia aprovou o início de Estado de Greve, uma nova etapa de mobilização que visou alertar à Administração para a possibilidade da paralisação após a data-base da categoria (fevereiro). Então, em 2022, mais quatro rodadas de negociação foram realizadas – ou seja, o SindServSV deu todas as oportunidades à negociação por uma proposta justa.

No entanto, após protestos da categoria e novas reuniões, continuou o impasse gerado pelas alegações do governo de que o orçamento chegou ao limite e a constatação do Sindicato de que existe margem para melhorar, segundo análise dos relatórios de gestão fiscal. A proposta verbal de aproximadamente 1,8% foi mencionada por representantes do Governo, mas rejeitada pelo Sindicato ainda na mesa de negociação por ser incompatível com a perda do poder de compra.

Negociações frustradas

No dia 23 de fevereiro, as negociações já se demonstravam infrutíferas e redundantes e diante do apelo do Sindicato, a Administração se comprometeu a formalizar, antes do fim do mês de fevereiro, uma nova proposta para que a categoria pudesse avaliar em assembleia. Infelizmente isso não aconteceu. Diante da ausência de nova contraproposta oficial, os servidores aprovaram, no dia 3 de março, a proposta do Sindicato pela deflagração da greve.

Vamos à greve!

Apesar do longo processo de negociação, o governo Kayo Amado não foi capaz de reverter as perdas salariais nem recuperar o poder de compra dos servidores, diferente de outras cidades vizinhas. Com isso, o Prefeito não cumpriu mais uma promessa eleitoral: a valorização do serviço público.

Nós, servidores e servidoras, queremos trabalhar com dignidade para melhorar os serviços públicos. Entretanto, é difícil prestar um bom atendimento com salários defasados e, depois dos descontos, menor que o salário mínimo.

Por isso, agora é a hora de mostrarmos nossa força para quem duvida da capacidade de luta dos servidores públicos municipais de São Vicente. Não vamos mais tolerar que o Governo Kayo Amado continue nos negando respeito e a dignidade.