Categoria tenta dialogar, mas encontra portas fechadas

Nesta sexta-feira (25), os servidores realizaram uma movimentação diferente: decidiram entrar de forma pacífica e ordeira no Paço Municipal para declarar, mais um vez, sua indignação à forma como o Governo Kayo Amado vem tratando o movimento grevista.

Enquanto integrantes da Comissão da Comissão de Greve tentavam, na porta do Gabinete do Prefeito, uma audiência com Kayo Amado (ou algum representante), os demais servidores se posicionaram no hall de entrada, com cartazes e sentimento de revolta, para aguardar uma resposta.

Os trabalhadores e as trabalhadoras desejavam apenas serem atendidos pelo Prefeito, mas encontraram a porta do Gabinete já trancada – algo revelador da falta disposição para o diálogo cara-a-cara, ao contrário do que costuma dizer em suas lives.

Segundo relatos dos servidores, só o Secretário de Gestão, Yuri Câmara, foi visto no local, mas escolheu a agressão gratuita ao dizer que não os receberia porque teriam invadido o Paço. Cabe a pergunta: quantas vezes os servidores foram recebidos por ocasião das outras manifestações, que ficaram restritas ao lado externo da Prefeitura? Nenhuma.

Os membros da Comissão de Greve denunciaram a flagrante contradição entre o discurso e a prática da Prefeitura, que tenta emplacar uma narrativa de que o Sindicato não quer dialogar ou prejudicar os vicentinos, mas se nega a dialogar sobre a situação dos serviços públicos de São Vicente.

Uma das servidoras presentes desabafou: “Nós não queremos atrapalhar os municípes, nós queremos trabalhar, mas em momento algum o Prefeito nos respeitou nem nos recebeu para sentar e conversar”.

Ontem, durante uma hora de audiência de conciliação junto ao TJSP, com a participação da Prefeitura e do presidente e advogado do Sindicato, terminou sem acordo em razão da recusa do Governo a oferecer uma proposta decente.

Então, diante da falta de acordo, o advogado do Sindicato conseguiu convencer a procuradora pela continuidade do Dissídio Coletivo, ou seja, que vá a julgamento em breve. A Justiça deverá fixar o percentual de reposição salarial.

Prefeitura: falsa preocupação com os serviços públicos

Quanto a alegação da Prefeitura sobre descumprimento de liminar, cumpre esclarecer que o movimento de greve não inviabilizou o funcionamento de nenhum serviço ou equipamento público.

Existe, entretanto, uma grande e histórica defasagem no quadro de diversas categorias que impacta diretamente na qualidade do serviço. A prefeitura tenta, sorrateiramente, imputar ao movimento de greve essa falta de funcionários.

As imagens de todos os dias evidenciam que a quantidade de servidores envolvidos na paralização não são correspondentes aos números apresentados, sem comprovação nenhuma, pela prefeitura.

Por fim, vale dizer que a prefeitura nunca procurou o sindicato para discutir a organização dos serviços essenciais, apesar desse tema fazer parte da comunicação prévia de greve.

Em resumo, a prefeitura nunca se importou em organizar os setores de trabalho de forma a respeitar o legítimo direito de greve, preferindo criar caos deliberadamente, inclusive com remanejamento de servidores durante o turno ou o plantão, e responsabilizar as vítimas.

A Prefeitura também esconde que o juiz negou o pedido de execução de multas pelo suposto descumprimento da liminar, o que reforça a legitimidade e a legalidade do movimento.

Assembleia

Daqui a pouco, a partir das 18h30, a categoria vai decidir o rumo da Greve, em Assembleia Geral, na sede do SindServSV.