A origem do 1º de maio: Por que lutamos?

O 1º de Maio deste ano, ocorre em um momento que a classe trabalhadora brasileira vem perdendo direitos sociais e trabalhistas, resultado de constantes lutas árduas por dignidade e melhores condições de trabalho e vida. Essa situação tem piorado com a pandemia e o desgoverno Bolsonaro, que só atrapalha e colocou alvo nos servidores e no serviço público com a PEC 32/2020.

Ou seja, não há motivos de comemoração. Na verdade, talvez mais do que nunca, é uma data para reflexão e rememorar o por quê lutamos. Para tal, nada melhor do que revisitar brevemente as origens desta data.

Primeiramente, chamar o 1º de maio de “Dia do Trabalho” serve para esconder o seu verdadeiro significado histórico como Dia Internacional da Classe Trabalhadora, proposto pela 2ª Internacional Socialista no ano de 1889. Essa organização internacional reunia líderes operários de vários países com o objetivo de unificar a luta dos(as) trabalhadores(as) do mundo na luta comum contra a exploração e por uma sociedade baseada na solidariedade e igualdade.

O Dia Internacional da Classe Trabalhadora nasceu para homenagem os operários de Chicago (EUA), que deflagaram – em 1º de maio de 1886 – uma greve que mobilizou cerca de 340 mil trabalhadores. A principal reivindicação deles era a diminuição da jornada de trabalho para 8horas diária, ao invés das 17h (ou até mais) trabalhadas à época. Mas a reação governamental foi brutal, ordenando à polícia para que realizasse um verdadeiro massacre, ferindo, matando e prendendo em massa, seus líderes condenados e enforcados pelo Estado.

A exaustiva carga de trabalho e as péssimas condições de trabalho revoltavam não só os trabalhadores dos EUA, gerava amplas mobilizações em diversos países. No entanto, o patronato era radicalmente contra a redução da jornada sem corte de salário.

Novas batalhas

Mas a luta deles não foi em vão, abrindo caminho para outras batalhas. Suas reivindicações passaram a ser realidade no século 20. A OIT em 1919, ano de sua fundação, já previa 8h diárias e 48h semanais. No Brasil, a nova carga horária foi instituída em 1932. Mas só em 1988, com a Constituição Federal, ela foi limitada a 44h semanais. 

No começo, a comemoração do 1º de maio se limitava a alguns países, mas pouco a pouco se consolidou como um dia de luta e celebração de conquistas sociais e do heroísmo de seus líderes, como os mártires de Chicago. As manifestações anuais se espalharam pelo mundo, com a exceção dos EUA, onde as “elites” jamais admitiram a alusão ao 1º de maio… No Brasil, a data foi comemorada pela primeira vez, em 1895, na cidade de Santos. Mas só em 1925 o então presidente Artur Bernardes declarou o 1º de maio feriado nacional.

As lutas da classe trabalhadora, simbolizadas pelo 1º de maio, possibilitaram conquistas importantes para os trabalhadores do mundo todo, em especial ao brasileiros, como o descanso semanal remunerado, o 13º salário, as férias, a licença maternidade, os direitos previdenciários, entre outras conquistas gravemente ameaçadas atualmente.

Enfim, o Dia Internacional da Classe Trabalhadora é um marco histórico da luta por igualdade, liberdade e dignidade humana. Este é o sentido que precisa ser ressaltado, reanimando a convicção do povo por dias melhores. E a atuação do SindServSV segue na defesa dos servidores públicos municipais e do serviço público brasileiro contra a “Reforma Administrativa” (PEC 32/2020). Dizemos Basta!