A revolta do final de semana (agora cada sexta é um ‘flash’!) de Dia das Mães é o atraso no pagamento da cesta básica. Pelo segundo mês consecutivo o atraso da cesta básica é explicado pela queda na arrecadação. Entretanto, as verbas anunciadas pelos governos estadual e federal em apoio aos municípios não param de chegar.
O Portal da Transparência e as redes sociais da Prefeitura e do prefeito mostram obras e ações cotidianas, nem todas relacionadas ao coronavírus. Isso quer dizer que existem gastos públicos sendo feitos, o que também se verifica através dos instrumentos de transparência. Logo, dinheiro tem.
O que entristece e desaponta os servidores é que a Secretaria da Fazenda desembolsa milhões e milhões para fornecedores – no caso dos serviços relativos ao combate à COVID-19 sem licitação, inclusive! – e, enquanto isso, os trabalhadores e trabalhadoras do serviço público, que fazem a Prefeitura funcionar todos os dias, precisam ficar esmolando para receber aquilo que lhe é de direito na data certa.
O desleixo com os servidores é tão grande que em abril, sob o pretexto de economizar trocados, a Secretaria da Fazenda obrigou o RH a rodar uma folha específica para pagar o Vale Transporte mediante frequência, invertendo a lógica do VT – que deveria ser pago antecipadamente! – e trazendo prejuízo para milhares de servidores que tiveram que pagar para vir trabalhar desde o começo do mês até dia 23, quando os créditos ficaram disponíveis.
Agora, além da distância física de nossas mães por causa do isolamento social, elas também ficarão sem uma lembrancinha. A secretária pode não acreditar, por não estar muito acostumada à pobreza, mas existem servidores que contam com o dinheiro da cesta para fazer suas compras porque o pagamento vem quase zerado de tantos descontos e compromissos com contas fixas.
Todos sabemos que são tempos difíceis. Mas o que não conseguimos compreender é a absoluta falta de planejamento e organização. Além de tomar decisões relativas à categoria SEM A PARTICIPAÇÃO DE SEUS REPRESENTANTES (inclusive em casos de suspensão de direitos, o que pode ser questionado judicialmente) a secretária, APÓS TRÊS ANOS E MEIO DE GESTÃO, não conseguiu pôr ordem na casa, não encontrou nenhum viés de desenvolvimento para a cidade, e não conseguiu pagar dívidas com os servidores e nem apresentar um plano de quitação. E ainda por cima está acumulando novas e enormes dívidas, como a parte pecuniária das licenças prêmio, retidas desde 2017.
Resumindo a história: Falta compromisso com a categoria.
É comum que membros do governo, ao serem confrontados às dívidas para com os servidores públicos, soltem a ‘pérola’: “Pelo menos está pagando em dia…”, como se fosse um grande feito. Não, não é… não fazem mais do que a obrigação. E não, não está em dia, pois a cesta faz parte do nosso pagamento… não é caridade ou assistência…
Todos os dias, os Servidores se dedicam para fazer a prefeitura funcionar. Muitas vezes trazem de casa materiais e insumos básicos para seu conforto e higiene, mas também para dar andamento nos trabalhos do setor. Todos os dias os servidores trocam seu tempo de lazer e cuidado com a família pela sua remuneração. Que se espera seja paga em dia. Todos os dias os servidores continuam escrevendo a história silenciosa dessa cidade, para honra e glória dos governantes… até eles descobrirem a força que tem…