Precisou muita cobrança e muita insistência para que os testes começassem a ser feitos entre os servidores. Além da cobrança pessoal, por telefone e por ofício que o Sindicato fez à Secretária de Saúde e ao Sr. Prefeito, as servidoras e servidores também fizeram pressão nas redes sociais para que pudessem ter acesso aos testes de COVID-19.
Foram mais de 40 dias, desde o começo da mobilização social em torno da pandemia para que os testes fossem disponibilizados para os servidores da tal ‘linha de frente’: trabalhadores e trabalhadoras dos hospitais e unidades de saúde que lidam diretamente com pacientes infectados ou com sintomas de possível contaminação.
Mesmo assim, os testes não são para todos. Apenas aqueles que estão entre o 7º e 10º dias de sintomas atingem as condições adequadas para realizar o exame. Quem não conseguir realizar seu exame e não estiver bem esclarecido sobre o tema pode entrar em contato com o Sindicato ou diretamente com a Enfermeira Kátia na Secretaria de Saúde.
Vale lembrar, também, as constantes reclamações sobre os EPIs, especialmente sobre a qualidade dos mesmos e também sobre a quantidade disponível, obrigando os profissionais a utiliza-los por mais horas do que as recomendadas.
Usando as terminologias militares, tão em moda, é como se os soldados fossem para a batalha sem armaduras, usados como bucha de canhão. Enviados para a morte, sem qualquer tipo de suporte ou cuidado.
Essa é a sensação que temos. Todos os dias os canais de contato do sindicato recebem reclamações, queixas, lamentos. Todos os dias, são apresentadas denúncias de situações irregulares. Todos os dias recebemos pedidos de socorro, de ajuda.
Infelizmente, a equipe de trabalhadores e trabalhadoras em saúde está muito mal cuidada pelos próprios colegas que, ocupando espaço de chefia, direção e assessoramento, não conseguem proporcionar entendimentos humanizados, gerando inúmeras situações de assédio moral.
Além da ansiedade e do estresse gerados pelo medo do contágio, pelo medo de contagiar um familiar querido (já que o governo não organizou alojamentos especiais aos profissionais de saúde), pelo medo da morte de colegas queridos, ainda é preciso enfrentar a carga de trabalho aumentada devido à redução da equipe e os maus tratos entre colegas que estão temporariamente em posição de mando.
Infelizmente o que deveria ser óbvio, não é. PRECISAMOS CUIDAR DOS CUIDADORES.