O 5º dia de greve dos servidores públicos municipais de São Vicente teve início com nova manifestação, na manhã desta segunda-feira (14/03), em frente ao Paço Municipal. Com faixas e cartazes, apitaço e panelaço, a categoria protestou contra a atual proposta de 1,8%, rejeitada em assembleia na última sexta (11).
Os servidores começaram a concentração às 8h e, com carro de som e microfone aberto, também criticaram as tentativas de, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SindServSV), cerceamento do direito de greve.
No final de sexta-feira (11), o juiz titular da Vara da Fazenda Pública da Comarca de São Vicente, Fabio Francisco Taborda, intimou o Sindicato a garantir, em todas as unidades de saúde, o comparecimento de 80% dos servidores de cada categoria (profissão).
A decisão liminar, concedida pelo mesmo magistrado a pedido da prefeitura, determinava que esse percentual se referia ao conjunto de servidores nas unidades. Em relação aos demais serviços, é mantido o percentual de 30% dos servidores em atividade.
O secretário geral do SindServSV, Marcelo Arias, criticou a atuação do Prefeito Kayo Amado visando “desmobilizar e deslegitimar um movimento de greve legítimo e legal, apesar de nunca ter sentado à mesa com o sindicato”.
Assédio e perseguição
Segundo Arias, o Secretário de Gestão, Yuri Câmara, tem exigido que os diversos setores produzam listas de grevistas em uma política oficial de assédio e perseguição. “Existem denúncias de trabalhadores sobre ameças de desconto em folha e chefias pedindo listas com os nomes dos servidores que estavam na greve. Essas práticas servem ao mesmo propósito nefasto”, ressalta.
O Sindicato, que já havia recorrido da liminar concedida antes do início da greve, também vai recorrer dessa intimação duvidosa e questionável. Apesar da indignação, a diretoria do Sindicato e Comissão de Greve já atualizaram a condução do movimento grevista e estão orientando os(as) servidores(as) a respeitarem as novas determinações.
“Estamos em contato com o conjunto dos servidores públicos municipais para garantir o cumprimento dessa decisão”, afirma o presidente do SindServSV, Edson Paixão.
Segundo Arias, essas ações judiciais parecem feitas “sob medida” buscando atingir a capacidade de mobilização da categoria, já que, por exemplo, a mais recente intimação foi executada após às 18h, ou seja, após o expediente do Fórum. Em caso de descumprimento, a pena é de multa diária de R$ 50 mil ao SindServSV.
Apesar de tudo, a greve continua
Segundo os dirigentes da entidade e os membros da Comissão de Greve, esses obstáculos não irão diminuir a indignação da categoria. Um abaixo assinado virtual está sendo realizado em defesa da revisão imediata da decisão do juiz. O Sindicato questiona o fato do magistrado exigir o cumprimento de termos diferentes daqueles que ele mesmo determinou na liminar, inviabilizando, na prática, o direito de greve.
Mesmo com esses obstáculo, os servidores garantem que a greve continua até que haja uma proposta justa de reposição salarial do Governo Kayo Amado. Ainda nesta segunda-feira, a categoria retornará à porta da Prefeitura, em novo protesto.
