Preparar 2018!

O ano de 2017 foi, para os servidores de São Vicente, um ano de muita ansiedade e expectativa. Desde 2015, estávamos massacrados por uma gestão incompetente que amplificou a crise econômica mundial que estacionou sobre a economia brasileira. Com constantes atrasos salariais e uma forte pressão inflacionária, os servidores se endividaram nos juros do cartão de crédito e do cheque especial. As várias greves em 2015 culminaram num grande movimento de paralisação que já dimensionava ao prefeito e vereadores que estavam sendo empossados o tamanho do problema e do desafio.

                Com a chegada de uma nova gestão, os servidores assumiram seu papel e responsabilidade com a cidade. Apesar das dívidas e de amargar perdas salariais – que atingiram 21,89% em setembro deste ano – os trabalhadores retomaram o serviço aceitando o pagamento das dívidas a conta-gotas e com o compromisso de pontualidade da prefeitura com os pagamentos. Além disso, a categoria renovou a confiança na direção sindical e a empoderou como sua representante para fiscalizar o acordo com a prefeitura e garantir que o pagamento das dívidas com o funcionalismo se mantivessem como prioridade da gestão.

                Foram muitas reuniões para discutir medidas para eliminar privilégios e economizar recursos públicos. Enxugar a folha foi a tarefa prioritária do ano e uma preocupação constante nossa. Ao contrário do que alguns pensam, também é tarefa nossa se preocupar com a qualidade da gestão. Foi, exatamente, o desleixo no acompanhamento das contas públicas que possibilitaram as desastrosas ações do governo anterior.

Reforçar a Campanha Salarial

                No final de 2016 a categoria preparou uma grande e extensa pauta para a Campanha Salarial. Sabíamos que as condições calamitosas do município fariam com que a pauta fosse um trabalho de vários anos.

                A peça da Campanha Salarial é, portanto, fruto de um intenso trabalho de discussão e convergência da categoria que continua válido. Atualizaremos os índices referentes à imposição inflacionária, que em setembro/17, data que temos utilizado historicamente para os reajustes, acumulou 21,89% de perdas.

                Além disso, o Sindicato acrescentará algumas reivindicações setoriais que foram trazidas ao nosso conhecimento durante o ano. Outras sugestões ainda podem ser encaminhadas, por email, rede social ou junto a algum diretor, até o dia 15 de dezembro.

                Com essas poucas adaptações, encaminharemos o documento ao Sr. Prefeito que já se comprometeu publicamente (entrevista concedida ao Jornal “A Tribuna” em 19 de novembro) com a recuperação parcial de nossas perdas salariais. A expectativa da direção sindical é que os números do orçamento sejam ‘espremidos’ para que possamos tirar o máximo possível de recuperação.

                Manteremos como prioridade a recuperação salarial, nas suas diferentes formas, buscando atender aqueles que mais sofrem. Agir em sindicato significa abrir mão de interesses individuais para conquistas coletivas. Essa é a nossa autoproclamada missão. Buscar as melhores condições de trabalho e assalariamento para o conjunto da categoria, reduzindo privilégios e trabalhando com critérios gerais e universais.

                Assim como ao fim da tempestade a natureza nos proporciona o arco-íris, a persistência nos proporcionará recompensas. Mas não basta orar, como já dizia nosso alcaide anterior, e nem mesmo esperar a boa vontade dos governantes de plantão, ainda que eles a demonstrem. Façamos nós, por nossas mãos, tudo que a nós nos diz respeito. Quaisquer melhorias devem ser conquistadas pela organização da categoria – que não é sinônimo de confronto! – em torno de bandeiras justas e amadurecidas coletivamente.

                O Ano de 2018 será próspero! Mas, considerando todo o ambiente adverso aos trabalhadores e suas conquistas, precisaremos de muita inteligência e unidade para demonstrar força e organização na hora e forma correta.