Edson Paixão: Nossa ação sindical é nossa resposta

Por Edson Paixão, presidente do SindServSV

“Os cães ladram e a caravana passa”, um conhecido ditado popular de origem árabe, representa nosso sentimento diante dos recentes ataques contra a diretoria do SindServSV, desferidos por um grupo que ostenta infantilidade e arrogância na mesma proporção, o que resulta num constrangedor distanciamento da realidade.

Quem acompanha nossa atuação sindical com regularidade já percebeu que temos disposição ao diálogo com a categoria e quaisquer pessoas ou grupos. Nossas portas sempre estiveram abertas a articulações que priorizem a defesa dos serviços públicos e os anseios dos trabalhadores e das trabalhadoras. Estamos abertos a críticas, pois não nos consideramos donos da verdade, mas ninguém pode acusar esta diretoria de omissão. 

Há cerca de dois anos, estamos na construção de uma frente em defesa do funcionalismo e dos serviços públicos. Um dos marcos deste esforço foi a realização do ato “Contra o Desmonte do Serviço Público”, em que buscamos consolidar uma rede de ação contra a PEC 32. Na ocasião, estiveram presentes sindicatos de funcionários públicos e de categorias da iniciativa privada, candidatos à Câmara de Vereadores e representantes de partidos políticos (por exemplo, o PSOL). Embora convidada, a autodenominada “Comissão de Lutas” não compareceu.

Vale também recordar a série de entrevistas, “De Frente com os Sindicatos”, realizada por SindServSV e Sintramem, com os/as então candidatos/as à Prefeitura de São Vicente, visando cumprir nosso papel de fomentar o debate público sobre os melhores caminhos para a cidade, especialmente, no que diz respeito à valorização dos serviços públicos e os direitos da nossas categorias.

Não é de hoje que o SindServSV busca fortalecer a unidade e planejamento de ações de debate e mobilização contra a PEC 32, com o objetivo de sensibilizar o funcionalismo público municipal e a população. Em articulação com sindicatos dos servidores públicos municipais da Região, já foram realizadas diversas lives, audiência pública e reuniões com parlamentares.

Essa movimentação desaguou no Movimento Basta, que nasceu na Baixada Santista, e foi encampado por mais de cem entidades sindicais e bandeira central do movimento sindical do serviço público (municipais, estaduais e federais) em quase todos os estados, unificando confederações, federações, centrais sindicais e sindicatos.

Mesmo com as portas do Sindicato sempre abertas, nunca recebi nenhuma visita de qualquer representante desse grupo que se diz “de lutas”. Portanto, não há como a entidade estar representada na organização de algum ato quando sequer seu presidente foi formalizado. Apesar disso, acompanhamos a retomada das manifestações de rua na Região (São Vicente e Santos) , na capital paulista e em Brasília. E neste 18 de agosto, correalizamos uma caravana contra a PEC 32. O Movimento Basta da Baixada Santista promoveu atos unificados em São Vicente, Santos, Guarujá e Praia Grande. Isso é se omitir? Seria menos “performático” promover uma greve “pra inglês ver”?  

A diretoria do SindServSV não anseia por exclusividade na luta contra a PEC 32 nem se arroga proprietária das bandeiras da defesa dos serviços públicos e do papel do Estado na promoção do bem-estar do povo. Nós, dirigentes, somos favoráveis a toda manifestação em defesa dessas causas, venha de quem vier. Nós fomos eleitos para criar pontes – não barreiras – e soluções que favoreçam os trabalhadores. Por isso, ao invés da briga mesquinha por protagonismo e títulos, escolhemos trabalhar pela ampliação e fortalecimento da unidade para que possamos dar conta dos desafios.

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