Com política econômica desastrosa, Guedes mira em servidores

Paulo Guedes

O ano de 2019 finalmente está acabando, mas o apetite privatizador Paulo Guedes, “superministro” da Economia do governo Bolsonaro, ainda está longe de ser saciado. Os direitos dos servidores também estão no cardápio de Guedes.

Segundo o jornal Valor Econômico, Guedes disse que as privatizações atingiram $100 bilhões, frente a meta de R$80 bi. Mas, sob ordens do chefe, a equipe econômica do governo pretende acelerar esse processo para o ano que vem, já a meta ambiciosa do capacho do mercado financeiro é clara: “Quero vender todas estatais”, admitiu Guedes.

Com “carta branca” de Bolsonaro, Paulo Guedes prepara mais ataques aos servidores, via proposta de criação do novo pacto federativo. Essa proposta, ainda em discussão no Congresso, prevê o “estado de emergência fiscal”, que autoriza o corte de jornada e salário do funcionalismo.

Com essas e outras medidas, o governo alega que tem o objetivo de controlar o “descontrole dos gastos públicos” e trazer de volta a “confiança dos investidores” para a retomada da economia.

Entretanto, a tesoura de Guedes se volta apenas aos investimentos públicos em áreas como a saúde, educação, ciência & tecnologia, infraestrutura e as políticas sociais como trabalho, previdência e assistência social, que são áreas fundamentais para dar a injeção de ânimo que o país precisa.

O resultado dessa política econômica, feita por engravatados que acham que o orçamento público deve servir aos dividendos do mercado financeiro, ao invés de investir em setores que sofrem carências históricas, tem sido a economia andando em passos de tartaruga e a queda da produtividade. O jornalista João Romero, do site The Intercept, registrou:

No Brasil de Paulo Guedes, a produtividade vai mal – um recuo que se aproxima do patamar de 2016, auge da crise. Dados do Observatório da Produtividade, da FVG Ibre, revelam que a produtividade do trabalho teve queda de 0,7% no terceiro trimestre de 2019 em relação ao mesmo período de 2018. Se considerados os últimos três anos, a taxa de crescimento média atingiu módicos 0,2%. Para uma economia que enfrenta uma crise com a mais lenta recuperação da história, isso deve ser motivo de uma profunda preocupação. Ironicamente, a explicação mais provável para a queda da produtividade brasileira em 2019 está justamente na agenda ultraliberal de Paulo Guedes e na sua redução irrestrita do tamanho estado.

A Reforma Trabalhista, aprovada ainda no período de Michel Temer, além do argumento de que geraria empregos, visava também ajudar a reduzir o chamado “Custo Brasil”, que tem a questão da produtividade do trabalho como fator determinante da competitividade das empresas nacionais e está ligada aos níveis de lucros e salários dos trabalhadores. “Quando a produtividade vai mal, a renda média por habitante, medida pelo PIB per capita, também vai mal”, afirma. 

Esse é um exemplo de como a retirada de direitos dos trabalhadores não é boa para a economia, só tem gerado aumento da informalidade, precarização, baixa remuneração, endividamento, desalento e insegurança quanto ao futuro, enquanto que o governo e os meios de comunicação tentam “dourar a pílula” das oscilações de índices da economia puxados pelo tradicional aumento do consumo das festas de final de ano.

No entanto, para o Paulo Guedes, o problema do Brasil é o tamanho do Estado e os salários dos servidores, que têm no Ministro e em sua equipe inimigos declarados, vide a Reforma da Previdência – aprovada recentemente com os mesmo argumentos que têm se mostrado furados…